Cap. III - Escola de Cabos

01-04-2015 14:16

Cap. III - Escola de Cabos da P.A. - 1964

 
Cap. III - Escola de Cabos
Na Escola de Cabos, sob o comando do recém-promovido alferes Barroso, aprendemos mais um bocado de treino militar, como era óbvio. Desde o desmontar e montar armas, também ficámos a saber as propriedades de certas armas nucleares, com relevo para a bomba atómica. As defesas possíveis para minimizar os efeitos da explosão daquela, que acarreta o aparecimento de uma luz muito brilhante um calor muito intenso e as radiações nucleares iniciais, que se propagam, com exceção dos neutrões, a 300 000km/s. Os efeitos da energia libertada são o calor, o sopro e a radioatividade.
Também se abordaram temas relacionados com a guerra biológica e a guerra eletrónica.
A definição, utilização e diferenças entre abrigos e máscaras durante um tiroteio, eram outras matérias que também nos eram ministradas; topografia e orientação faziam ainda parte do curso.
Para que conste, a honestidade intelectual, ou a falta dela, tanto se manifesta na vida civil, como na militar. Isto, para referir que o esforço e dedicação de uns, não foram devidamente compensados, em termos classificativos, comparativamente a outros, que nada fizeram. Enquanto que os primeiros (onde me incluo) se esforçaram e levaram a sério esta fase, outros dedicavam-se à sonolência, batendo as sua belas sornas debaixo dos pinheiros, naquelas quentes tardes de verão. No fim, houve malta de outros pelotões que, não sabendo sequer o B-A-BA, acabaram por obter classificações muito superiores aos do nosso. Era a grande diferença entre o brio militar do alferes Barroso e outros comandantes de pelotão de “vão de escada”. Mas o “crime” compensou-os.